Introdução: A Arte de Ser Ágil no Século XXI
Vivemos em um mundo onde a mudança é a única constante. Em meio a crises, inovações tecnológicas e transformações organizacionais, a capacidade de adaptação — ou Workforce Agility — se tornou essencial. Mas como desenvolvê-la de forma sustentável? Um novo estudo publicado na Acta Psychologica oferece uma resposta surpreendente: intervenções baseadas em artes integradas podem ser a chave para desenvolver comportamentos ágeis no ambiente de trabalho.
O Estudo: Como a Arte Molda a Agilidade Organizacional
O artigo “Arts as a driver of agility: A mixed-method inquiry” propõe e testa uma intervenção inovadora chamada IABI (Intermodal Arts-Based Intervention), que combina teatro, música, movimento e artes visuais em sessões de treinamento para aumentar a agilidade individual dos colaboradores.
Estrutura da Pesquisa:
- Estudo 1: Quase-experimental com 139 participantes, com sessões semanais de 3h por 5 semanas.
- Estudo 2: Grupos focais realizados 6 meses depois com 13 participantes para entender os efeitos de longo prazo.
O resultado? Um aumento significativo na agilidade da força de trabalho, com efeitos sustentados ao longo do tempo.
Principais Resultados: O que a Arte Transformou nas Pessoas
1. Aumento de Comportamentos Ágeis
Participantes do grupo de intervenção demonstraram comportamentos mais proativos, adaptativos e resilientes após as sessões artísticas. Isso inclui:
- Iniciativa e autonomia para lidar com mudanças.
- Flexibilidade para lidar com diferentes tarefas e contextos.
- Resiliência emocional frente ao estresse e incertezas.
2. Desenvolvimento Pessoal Profundo
O impacto da arte foi além da performance. Os participantes relataram:
- Maior abertura à experiência, favorecendo a inovação e a criatividade.
- Mindfulness sociocognitivo, ou seja, atenção plena combinada com empatia, escuta ativa e autorregulação emocional.
- Relações interpessoais fortalecidas, com mais colaboração e senso de comunidade.
3. Um Modelo Conceitual de Desenvolvimento Humano
A pesquisa propõe um modelo onde a IABI estimula uma abordagem baseada em forças individuais, que amplia a abertura à experiência, desenvolve a atenção plena sociocognitiva e culmina em comportamentos ágeis — essenciais para ambientes de trabalho dinâmicos.
Por Que Isso Importa para Líderes e Empresas?
Este estudo representa uma mudança de paradigma na forma como desenvolvemos talentos nas organizações. Ao invés de focar apenas em processos e tecnologia, trabalhar a agilidade como uma competência humana — por meio da arte — pode gerar resultados tangíveis:
- Aumento da inovação
- Melhor adaptação à transformação digital
- Fortalecimento da cultura de colaboração
- Redução do estresse e aumento do bem-estar
Aplicações Práticas da IABI
Se você é líder, gestor de RH ou empreendedor, considere as seguintes formas de aplicar o conceito:
- Treinamentos com múltiplas linguagens artísticas para desenvolver competências socioemocionais.
- Oficinas de arte periódicas (como “Fun Fridays”) como iniciativas de bem-estar e cultura.
- Uso de metáforas artísticas em coaching e liderança para lidar com a ambiguidade e promover criatividade.
- Integração da IABI em programas de DEIB (Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento), ampliando empatia e escuta no time.
Conclusão: Arte é Estratégia
A intermodalidade artística não é apenas uma ferramenta criativa — é uma estratégia de desenvolvimento humano alinhada com as exigências do futuro do trabalho. A pesquisa de Janani e Vijayalakshmi prova que investir em arte no ambiente corporativo é investir em agilidade, resiliência e inovação.
👉 Acesse aqui o artigo original: Arts as a driver of agility: A mixed-method inquiry