Como Avaliar a Agilidade na Manufatura: Novas Perspectivas e Ferramentas para Organizações Resilientes

O que é agilidade na manufatura e por que ela importa?

Em um mundo cada vez mais volátil e imprevisível, ser ágil não é mais uma escolha, mas uma necessidade para empresas que desejam sobreviver — e prosperar. A agilidade na manufatura vai além da rapidez: trata-se da capacidade de adaptar-se de forma estratégica e eficiente a mudanças no mercado, cadeias de suprimento, tecnologia e comportamento do consumidor.

Segundo o artigo Assessing Manufacturing Agility: An Updated State-of-the-Art and Operational Insights (2025), a agilidade é diretamente ligada à resiliência organizacional, sendo peça-chave para responder rapidamente a crises e reconfigurar processos sem perder competitividade.


Agilidade e resiliência: duas faces da mesma moeda?

O estudo destaca que, embora muitos tratem os conceitos como separados, agilidade e resiliência são profundamente conectadas. Enquanto a agilidade representa a velocidade de resposta, a resiliência está relacionada à capacidade de recuperação. Empresas que combinam ambas são capazes de antecipar turbulências, reagir com velocidade e se reerguer com aprendizado.

Em ambientes como pequenas e médias empresas (PMEs), a agilidade operacional aparece como motor principal da resiliência, mas o estudo reforça: agir rápido não basta — é preciso visão estratégica para transformar crises em oportunidades de renovação.


Quais são os métodos mais eficazes para medir a agilidade?

Uma das maiores contribuições do artigo é oferecer uma revisão sistemática das ferramentas e frameworks mais utilizados para avaliar a agilidade em ambientes industriais. Confira os principais destaques:

1. Modelos com Lógica Fuzzy (Fuzzy Logic)

Utilizam critérios subjetivos expressos em linguagem humana (ex: “alta flexibilidade”), convertendo-os em números por meio de funções de pertinência. Esses modelos geram índices de agilidade (FAI), permitindo comparar empresas ou departamentos de forma padronizada.

💡 Exemplo: uma fábrica pode avaliar sua flexibilidade em transporte, estoque e sourcing, combinando isso em um índice final que indica sua prontidão para mudanças.

2. Hierarquia Analítica de Decisão (AHP)

Esse método organiza os fatores de agilidade em níveis hierárquicos, avaliando sua relevância relativa. Permite priorizar investimentos em melhorias com base em impacto estratégico.

3. Modelos com Regras IF–THEN

Permitem simular cenários com base em decisões lógicas. Ex: “Se a empresa tem alta dependência de fornecedores externos e baixa visibilidade da cadeia, então o risco de baixa agilidade é alto”.

4. Modelos de Maturidade (Agility Capability Maturity – ACM)

Inspirados no Kaizen, esses modelos avaliam em que nível de agilidade a organização está, sugerindo um plano contínuo de evolução para alcançar maior maturidade ágil.


Quais países lideram a pesquisa sobre agilidade na manufatura?

O artigo revela dados interessantes sobre a produção científica na área:

  • Índia lidera em número de publicações, refletindo seu interesse em modernização industrial e estratégias ágeis de produção.
  • Inglaterra, EUA e França também são destaque.
  • Revistas de alto impacto, como International Journal of Production Research e Journal of Manufacturing Technology Management, têm sido palco dos estudos mais relevantes.

Conclusão: como aplicar esses insights no seu negócio?

Se você é um empreendedor, gestor ou profissional da indústria, os aprendizados deste artigo podem ajudar sua empresa a:

Mapear os pontos fracos em sua operação, como lentidão para adaptar processos ou reagir a falhas de fornecedores.
Aplicar modelos de avaliação ágil, como AHP ou lógica fuzzy, para identificar prioridades e construir uma operação mais flexível.
Combinar estratégias ágeis com resiliência organizacional, integrando velocidade com robustez.
Promover uma cultura de melhoria contínua, usando frameworks de maturidade para guiar ações de longo prazo.

🔍 Acesse aqui o artigo original: Assessing manufacturing agility: an updated state-of-the-art and operational insights